terça-feira, abril 25, 2006

Absurdos...

Como qualquer brasileiro eu também torço pela nossa seleção brasileira de futebol. Aliás, torço por qualquer coisa em que esteja envolvido o nome ou a Bandeira do País, e acho que não sou diferente da maioria do nosso povo, nem acho que isso seja alguma vantagem minha, é só o normal.

Mas confesso que agora quando se aproxima a próxima copa eu penso no que vai acontecer e chego a titubear. Infelizmente, se não é errado torcer pela seleção, como faz qualquer nação no mundo, parece que o nosso povo, quando a nossa seleção ganha uma copa do mundo esquece do resto, e isso não é normal.

É preciso separar as coisas, alhos de bugalhos. Vocês já imaginaram o uso político, nesse ano eleitoral, que vão fazer disso, se o Brasil ganhar? Por isso eu digo que chego a titubear, só de pensar nesso possiblidade já me dá engulhos. Vou dizer uma coisa, se for para ser usada da forma errada, se for para alienar o nosso já alienado povo, então prefiro que não ganhemos porcaria de copa nenhuma.

quarta-feira, abril 19, 2006

O barro invisível

O famoso paradigma de "movesparadus" afirma que é possível se mover sem sair do mesmo lugar. É ele que possibilita, por exemplo, que você dance com aquela gostosa em 30cm2. Extrapolando essa dança para o nosso país, este grande gigante adormecido consegue dançar com e nos seus 8 milhôes e picos de quilômetros quadrados. Um país grogueado, entorpecido, caido, prostrado e emperrado, estacionado, "parkeado". Este é um país interessante: quanto mais mudamos, mais somos os mesmos.

Deve ser coisa do gigantismo, sabem como é, todo o gigante tem essa propensão de ser meio molóide; aprendi isso do basquete, já viram como os armadores são pequenos? Os grandões só servem para pivôs, para ficarem lá na frente, quase plantados, com seus corpanzis imensos, braços longos, esperando que os armadores façam o trabalho fino, o trabalho de condução da bola. Mas deixa eu parar de falar em basquete, não entendo nada de basquete, nem gosto de basquete.

Agora estamos com essa lógica ilógica para a qual - dizem - ninguém tem uma explicação. Temos um presidente com os dois pés no atoleiro que olha pasmo e diz: Barro? Barro aonde? E todo mundo olha para essa figura atolada no meio do barro e finge que não vê o atoleiro em que o cara se meteu. A oposição grita "mas olhem bem!", a imprensa grita "olhem com atenção!" O povo não vê bulufas. Ou vê e faz que não vê, o que prova aquela velha tese: em terra de cego, errei, não é isso, mas não interessa!

Talvez porque essa coisa de barro já seja tão trivial entre nossotros que já não chama mais a atenção de ninguém. Ora barro! Ora pois! Grande novidade, se todos andam com os pés embarrados! O povo não enxerga o barro, mas um cara no meio do barro, mais um, só que esse é "um dos nossos" embarrado, perceberam? Está difícil convencer a turba que a coisa é diferente daquilo que estão vendo: só mudou o embarrado, o barro continua o mesmo.
PS.: Se falo em barro é porque fica mais elegante.

segunda-feira, abril 03, 2006

Um povo Robim Hood

Nós somos o legítimo povo Robim Hood, o povo dos fora da lei, mas com um profundo senso de justiça. Errei a minha previsão sobre o final que se anunciava do Big Brother 6 por causa dessa nossa mania. Tudo indicava que a modelo - a pescadora - iria ganhar o jogo, até pela péssima tática da risadinha irritante; mas o nosso povo, com seu sentido Robim Hood, tirou o prêmio da modelo e deu para a pobretona - que agora não é mais pobretona, é milhonária.

E não é somente num joguinho besta como este que nós somos esse povo Robim Hood, não mesmo, temos essa mania de justiceiros, nos achamos no direito de "distribuir justiça" com as próprias mãos - principalmente quando a justiça é tributária - não é mesmo? O que tem de sonegador no meio da nossa massa não é bolinho. Somos os campeões do "sem nota/ou sem recibo é mais barato".

Essa é somente uma das nossas facetas. Quer saber de uma coisa? Pode parecer bonitinho, romântico e aventureiro, mas não funciona. O certo é o certo, e povo que não prima por fazer o que é o certo vive, de jeitinho em jeitinho, de maracutaia em maracutaia, bagunçando o coreto do país. Não é por razão diferente que acabamos tendo os políticos que temos; nós fizemos por merecê-los.